quarta-feira, 20 de abril de 2011

Vida a dois [1]

As compras do mês

Eu sei que quase ninguém mais faz compras por mês. Mas eu como uma boa mulher, com cabeça de macho, como diria o meu irmão, odeio ter que ir ao mercado mais de uma vez. Feliz fica o meu marido, que sabe que o passeio é tão desagradável pra mim, quanto pra ele.
Tudo bem que não é algo legal a se fazer, mas ele precisa fazer parecer um gincana? Chegamos ao mercado. Em suas marcas. Valendo! Ele sai voado empurrando o carrinho pelos corredores. Lembro-me muito de um programa de TV chamado Super Market, em que a brincadeira era encher o carrinho em menos tempo. E aqui a regra é clara. Você não pode voltar a corredores já percorridos.
Ok! Eu detesto supermercados. Estão sempre cheios de velhinhas se atravessam seus carrinhos no meio do corredor e param para ler o pacote de cada marca que pegar nas prateleiras. Mulheres levam as crianças e vira e mexe você ouve um: "T-i-r-a-a-m-ã-o-d-a-i-i-i-i". É um lugar onde o que conta é o exercício da cordialidade e da sociabilidade. Dá um sorriso de canto e pergunta: "Esse carrinho é seu?" quando você quer dizer "Esta porra no meio do caminho é sua, minha senhora?". Ainda tem aqueles momentos em que você encosta o carrinho no canto e ele some. De repente você esquece que o que tem dentro ainda não é seu, você ainda não pagou, mas se desespera mesmo assim com o sumiço. Eu acho essa parte a mais engraçada!
Isso por que você já esta no meio das compras e aquele oráculo que a acompanha, o seu marido, esta perguntando a cada coisa colocada no carrinho "A gente precisa disso?" ou "Você vai usar isso em que?".
O mais legal de tudo é que ele adora um filé ao molho madeira, mas faz bico quando você pede filé mignon no balcão do açougue. Ama torta, mas questiona a quantidade de leite condensado que você está levando. E produtos de limpeza??? Te olha como quem quer perguntar se você vai faxinar o prédio todo. E você lá, seguindo seu dever de boa dona de casa. Como se aquele fosse o arauto dos seus deveres domésticos. Quando eu era criança adorava mercados. Ia sentada dentro do carrinho. Minha mãozinha ágil, ia jogando o que alcançasse dentro carrinho, e a mão ainda mais ágil do meu avó, ia tirando. No caixa eu ficava surpresa em ver como as coisas que eu tinha posto no carrinho tinham saído de lá. Só que o que eu mais me lembro é a cara da minha avó. Sempre de cara amarrada, querendo ir embora o mais rápido possível e fazendo cara de satisfação quando saía a nota do caixa. Era a vingança dela por tudo que ela tinha passado ali dentro, mas eu não entendia. Hoje eu entendo.

4 comentários:

BeCarol disse...

Adorei esse retorno do blog, Bruna!! Eu também me encaixo no perfil de mulher que entra no supermercado e quer otimizar ao máximo o tempo dentro dele, sempre olho qual é o corredor que vou entrar e praticamente me sinto no programa Super Market, bem lembrado!! hahahaha
Ainda não tenho vida de casada, mas já tenho (infelizmente) que ter esse tipo de experiência, é um mal necessário.
Bem, vou compartilhar e retornar. Um pedido: postem com frequência!´
Beijos e saudades!

Rodrigo Franco disse...

O que eu mais gostava do supermarket era aqueles produtos gigantes!!!!!

:)

www.digoabordo.com

Patrícia Ribeiro disse...

hauhauahauha... ainda bem que eu não sou casa/dona de casa! Eu ainda adoro supermercados, só vou para comprar guloseimas e afins...

Fico imaginando a sua cara de impaciente! rs

Cadu disse...

hahahaha mto bom =)